Uma fortaleza real

O nascimento da fortaleza

Perto da capital e de várias vias de comunicação, Vincennes foi escolhida como lugar de implantação de um novo solar real no final do século XII. Tratava-se de uma residência de recreio, onde se alojavam os soberanos e as suas famílias, como Philippe Auguste e Louis XI. Por volta de 1337, o rei Philippe VI mandou abrir alicerces com o objetivo de a fortificar, mas as obras foram interrompidas.

Começa a Guerra dos Cem Anos e Edward III, rei de Inglaterra, obtém uma série de vitórias sobre os cavaleiros franceses. Neste contexto, a França viveu uma sucessão de crises políticas, militares e sociais. Em fevereiro de 1358, a população de Paris revoltou-se, liderada por Étienne Marcel, o provedor do mercado da cidade. Atacaram o Palais de la Cité, onde se encontrava o filho do rei Jean II le Bon. O Dauphin, futuro Charles V, foi profundamente afetado por este assalto, o que o levou a relançar o projeto de uma fortaleza em Vincennes.

A construção da torre principal começou em 1361, utilizando os alicerces lançados por Philippe VI. Foi concluída em apenas 10 anos, um recorde para a época! Charles V estava determinado a afirmar o seu poder sobre os seus adversários estrangeiros e sobre o seu próprio povo.

Verdadeira residência real, o castelo era também um local de segurança incrível. Porque não dar uma olhadela mais de perto?

A masmorra, a peça central

Este é o elemento-chave da fortaleza de Charles V!

Construída em cinco níveis, a masmorra de Vincennes é a mais alta da Europa. Tem 50 metros de altura e as suas paredes têm mais de 3 metros de espessura. Cada um dos seus cantos tem um torreão e, no topo, um vasto terraço. Este terraço pode acolher imponentes máquinas de guerra, como as catapultas. Por fim, é encimado poruma torre de vigia.

O acesso principal ao pátio da torre de menagem faz-se através de uma ponte de pé direito inamovível. Uma portaria, equipada com um pórtico e um atordoador  e precedida por uma barbacã  , protege a entrada.

Concluída em 1369, constitui o ponto central do sistema defensivo. O sistema incluía também um fosso, uma ponte levadiça e uma quimera  com muralhas com ameias, brechas  e mata-cães   No conturbado século XIV, tudo foi concebido para manter o rei em segurança.

A partir do momento em que se muda no castelo, por volta de 1368, Charles V destacou uma grande guarnição para o castelo. O capitão, encarregado da parte militar da propriedade, tinha sob o seu comando artilheiros, canhoneiros, besteiros, cavaleiros e escudeiros. O soberano dispunha também de uma guarda pessoal. No total, entre setenta e oitenta homens de guerra garantiam a segurança do castelo.